Tive vontade de dizer: “Não, não sabe. Não me julgue pelos outros. Não sou um ministro; sou Max, o ministro. Não me ponha junto com todos aqueles mercenários e hipócritas que conhece. Isso não é justo.”
Rótulos. Como são convenientes! Basta colocá-los em uma pessoa e você fica sabendo que caminho tomar.
E se Deus fizesse isso conosco? E se ele nos julgasse apenas pela aparência? E se nos julgasse baseado no lugar onde crecemos, ou no que fazemos para viver, ou pelos erros que cometemos quando éramos jovens? Mas Ele jamais faria isto, não é?
“Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” (Mateus 7:1-2)
Tenha cuidado se for julgar alguém. Isto não quer dizer que não podemos estabelecer diferenças ou discernir, mas sim que não devemos proferir um veredicto. A quantidade de amor que você dá é a mesma que irá receber.
Jesus tinha outro conceito sobre o homem que nasceu cego. Ao invés de vê-lo como uma oportunidade para discussão, nele via uma oportunidade para Deus. Por que era cego? “Jesus respondeu: ... foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.” (Jo 9,3)
Que perspectiva! Aquele homem não era uma vítima do destino; era o milagre que aguardava por acontecer. Jesus não lhe colocou um rótulo. Ele o ajudou. Estava mais preocupado com o futuro do que com o passado.
Com quem você mais se parece nessa história? Talvez você aponte o homem cego. Você tem sido o tema das conversas. Tem sido deixado do lado de fora do assunto. Você acabou de ser rotulado.
Se assim for, aprenda o que aquele homem aprendeu. Quando todos o rejeitarem, Cristo sempre irá recebê-lo. Quando ninguém quiser mais saber de você, Cristo lhe chamará. Quando ninguém mais quiser lhe dizer as horas, Jesus lhe dirás as palavras eternas.
Entretanto, pode ser que você se identifique com aqueles observadores. Você julgou, rotulou, bateu o martelo e proclamou a culpa antes de conhecer os atos. Se você for esta pessoa, volte-se para João 9.4 e entenda o que a obra de Deus é: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia.”
Qual é a obra de Deus? Aceitar as pessoas. Amar antes de julgar. Cuidar antes de condenar.
Entenda os outros antes de rotular.
(Extraído da obra de Ouvindo Deus na Tormenta, de Max Lucado.)
